quinta-feira, 7 de julho de 2016

Latente

Tenho os minutos novamente
E um sol a nascer dentro de mim
Tanta coisa já antiga
Nesse refazer-se 
Aquilo que ficou latente
Deixou um sopro nos ouvidos
E diz-me que está tudo bem
A poeira dos dias invisíveis no vento
Como pensamentos suspensos no ar
E que pousam nos móveis e cantos 
É tempo de habitar de novo a casa
Adentrar seus cômodos
Ocupa-la
Descobrir novos mundos em suas gavetas
Expô-las à atmosfera
Trazê-las à tona
Preciso recorrer àquele livro adormecido
Que não deixou de ser escrito pelos dias e pelas noites
Lá encontro-me no pensamento do universo
Lá sinto-me no âmago de minhas sensações
E sonho na sabedoria em mim
E acordo para a vida em mim.