domingo, 13 de dezembro de 2015

Canteiro













Vamos em frente
enfrentar essas ambições
e  pequenas traições
à duras penas, lições.
e o amor te ensina cada vez mais
que é para não perder a ternura jamais
canções de amor e luta,
que a vida só vai ter fim quando o samba acabar.
A bênção margarida
passou pela minha vida
rosa, gerânio e jasmim
vem, fazer da liberdade
a certeza brotando num jardim.

À Taiguara.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Entre-mundos







A recolher elementos
farejar o que não é palpável
onde as luzes piscam
transformando o olhar
uma vida inteira como lutar
atravessando fronteiras
tantas mortes e renascimentos
nesta época natalina
que também é bom lembrar.

Faz-se necessário o fluir das palavras
a percorrer o papel em branco
desenhar uma geografia
sem ser escuro e inerte como a morte
estrela matutina
um pensamento luminoso
a paz no meu amor
é o que faz viva a minha sorte
pois que não se pode andar morrendo pela vida.







quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Intrínseco









Preciso crer no que guardo
Mesmo que a aparente força da clausura
Insista em tempos maiores
Retomar o espaço do mistério
Sem fragilizar a sua existência
Sê-lo
E sublimá-lo em mim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Suspiro




Não serei sua a despir-me farta de luar
Nem em tuas vielas caminharei
A calçar minha armada para não tocar a sólida estrada
Percorro com pés descalços os caminhos
E livro-me do peso inefável das vidas

Sei de certo
Onde habitarei nas salas e nas paredes de cristal
E até onde poderei ir, sem a bagagem alheia

Da vida nos ensina em real grandeza
De se caminhar nos sentimentos mudos de um coração
A lançar-se bem leve como a primavera e as cores.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cantarola infantil






Cantai vento amigo
Cantai passarinho
Em voz altiva, dançai também.

Cantai bela cantiga
Cantai indiozinho
Em voz altiva, dançai também.

Cantai alegre primavera
Cantai florezinhas
Em voz altiva, dançai também.

Cantai tempo e ritmo
Cantai menininho
Em voz altiva, dançai também..



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Cerúleo




Era o vento soprando as nuvens,
o ar crescendo na altitude;
pensamentos de algodão.

Este céu em infinitude,
no pensar da vastidão que há dentro
no ato de descrever, de transcrever o simbólico.
E as imagens, antes de se tornarem turvas,
ser necessário alimentar consigo
tal qual esse jogo poético,
sobre a visão das coisas, nas formas do abstrato.

Desfazendo o nó da garganta:
rugir no ar.
Nesta caverna imensa,
nesta passagem tão simples,
de tudo menos banal.






sábado, 7 de março de 2015

Ínterim


Foto: Bárbara Vieira 




Saber-se inteiro, o amor
Em meio às dosagens
Ante a urgente necessidade
Entre prioridades e transformações

Emudeceu-me pelo fio do tempo
Os lábios sonolentos do amanhecer
A quem se entrega esperanças
Junto a um coração tranquilo

Adormecendo nos braços da saudade
O curto intervalo de encontro e despedida
Voltando às coisas nossas
A essas vidas que se querem companhias.